segunda-feira, 2 de julho de 2012

Quietude astral


Confesso que faz alguns dias que parei de frequentar ambientes lotados, rodas vivas sociais e mais uma lista generosa de espaços, que em dias comuns gosto de estar. Tenho vivido no meu mundinho particular, me dedicado aos meus projetos e cuidado com muito zelo da minha vida íntima. Não estou triste, tampouco melancólica. É só uma fase de quietude, todo mundo passa, já passou ou pelo menos deveria. Estou mais quieta, centrada, ouvindo mais, falando menos. Andando mais despreocupada, serena e calma.

Em dias de folga, hibernar e só acordar quando o corpo reclamar de tanto descansar. Jogar, até zerar as partidas. Ler um livro a cada dois dias. Estudar em horários inusitados, enquanto outros dançam e conhecem pessoas legais. Malhar sem companhia, desligar o celular durante dois dias e abrir um estoque de chocolates no "castelo cor de rosa"-meu quarto. Em outros momentos dessa fase fui me encontrar com o mar e fizemos uma junção tão linda e só, que o céu convocou um bilhão de estrelas para decorar o cenário, onde ficamos ali, eu de frente pro mar, o mar de frente pra mim. Numa solitude tão linda, tão calma, que por alguns instantes desejei  ali morar.

É IMPORTANTE SABER SER SÓ. Preservar-se por alguns dias num casulo qualquer. E reaprender a confessar a si mesmo desejos, e guardar esses segredos a sete chaves, fazendo nascer novos sonhos. Sem peso, sem opinião alheia, sem outros olhares, outras visões. Remar só. E agora, menos ansiosa, intensa, com os pés no chão, o coração em chamas e a sensibilidade mais aguçada do que nunca, me preparo para ficar online. É a vida de gente grande que me grita lá fora. Mas uma coisa é certa, felicidade também é se esconder atrás da quietude astral.